segunda-feira, 28 de junho de 2010

Alvorada (RS) previne contra as drogas orientando crianças

Cavalgada Contra o Crack contou com oito CTGs e 14 piquetes

Uma cidade mobilizada contra as drogas e a violência urbana. Assim tem sido Alvorada, na região Metropolitana, que, para combater os índices históricos de violência e os problemas de segurança pública, vem trabalhando com crianças e adolescentes para evitar o contato com as drogas, muitas vezes a principal porta de entrada para o mundo do crime.

A "Cavalgada Contra o Crack", que tomou as principais ruas da cidade na manhã de ontem, foi uma das atividades organizadas em Alvorada para alertar sobre os perigos dessa droga. Cerca de 140 cavaleiros iniciaram a caminhada, que partiu do piquete Parceiros da Tradição. Ao longo do caminho, outros foram se integrando à marcha. Ao todo, participaram 14 piquetes e oito CTGs. Organizadores estimam que 300 cavaleiros tenham participado. "A ideia surgiu quando perdemos um de nossos amigos do movimento tradicionalista para as drogas. Vimos que não podíamos mais nos calar", afirmou Adão Campeiro, da Ordem dos Cavaleiros do RS, um dos organizadores da cavalgada.

O dia dos cavaleiros começou às 6h, na concentração para o café da manhã. Às 8h, saíram em marcha pela cidade e às 13h30min, um almoço encerrou a cavalgada.

Experiente cavaleiro, com 41 anos de atividades, o tenente-coronel Edison Estivalete Bilhalva, comandante do 24 BPM, foi um dos líderes da cavalgada. Há dois anos, ele assumiu o batalhão, focando o trabalho dos PMs em ações preventivas com crianças e adolescentes.
 
Fonte! Chasque e retrato publicados no dia 28 de junho de 2010, no jornal Correio do Povo de Porto Alegre - RS. Crédito do retrato para Camila Domingues - http://www.correiodopovo.com.br/.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

2ª CAVALGADA CONTRA O CRACK EM ALVORADA (RS)

Bueno! O crack é considerado pelos meios de comunicação e entidades de apoio a famílias de drogados, como epidemia. Se não fizermos algo e rápido, poderemos não ter um futuro para a nossa juventude.

Preocupados e baseado nisso, convidamos todos os cidadãos e cida-dãs desta cidade para participar e apoiar a 2ª Cavalgada contra o Crack e do 1º Manifesto Nacional em Defesa da Vida, que será realizada neste domingo, dia 27 de junho em nossa cidade, com a seguinte programação: das 6 às 7h30min – café da manhã no galpão do Piquete Parceiros da Tradição (será de cortesia para quem estiver a cavalo); às 8h inicia a cavalgada com saída do Piquete Parceiros da Tradição, passando pelo CTG Tradição, CTG Sentinelas do Pago, CTG Amanhecer na Querência, CTG Amaranto Pereira, CTG Chilena de Prata, passando pelo Banrisul, Brigada Militar, CTG Campeiros do Sul e CTG Bento Gonçalves da Silva, onde será servi-do um almoço bem campeiro (que será de cortesia para quem estiver a ca-valo). Durante o almoço teremos a encenação de uma peça teatral, feita pe-los funcionários da empresa de ônibus Viamonense, que vai enfocar o crack e suas conseqüências. À tarde, festa campeira.

Este evento é uma realização do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho), da ORCAV (Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande), 1ª Região Tradicionalista, Subcocordenadoria, Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, 24º BTG (Brigada Militar), Polícia Civil – Denarc (Departamento de Combate ao Narcotráfico), Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis do RS), Banrisul, Acial (Associação Comercial e Industrial de Alvorada) e Departamento Campeiro de Alvorada.

Apóiam esta iniciativa a Automasafety, JC Lopes, Vias Contabilida-de, Piquete Parceiros da Tradição, Sítio Foco Gaúcho, Adão Campeiro Produções, Propaganda e Marketing e toda a sociedade alvoradense.

Informações com o Coordenador da Campeira Vladimir Kuze (Ma-no) pelo fone 51.9933.3095; com o Subcoordenador Spanhol pelo fone 51.9911.4134; com Comandante do 24 BPM, Cel Estivalet pelo fone 51.8501.6624; com o Presidente do MTG Oscar Gress pelo fone 51.3223.5194; com o Adão Campeiro pelos fones 51.8481.2916 ou 51.9677.8212. Chasque remetido por Adão Campeiro e Spanhol (itinerário).

Chasque de Valdemar Engroff

sexta-feira, 11 de junho de 2010

História do Acordeon

Você sabia que...


O TCHNENG (ou Cheng), instrumento que deu origem a vários instrumentos, inclusive o acordeom, foi criado na China por volta de 3000 a. C., constituído basicamente de uma palheta de bambu que presa aos lábios virava com o auxilio dos dedos aproveitando a acústica da boca.

Conforme a região, aquele tipo de órgão portátil tocado por sopro, também podia ser shanofouye, hoelofouye, etc. A gaita dos chineses tinha a forma de um pássaro mitológico: Fênix, considerado o Imperador das Aves. Dezoito séculos depois de inventada, a Fênix sonora dos chineses, bateu asas para a Rússia. De lá, conquistou a Europa começando pela Alemanha.

Em 1822, na cidade de Viena, CYRILLUS DEMIAN, inventou um pequeno órgão de quatro acordes que chamou de acordeom. Surgia aí o primeiro modelo. Realizou as modificações que introduziu no invento chinês com os princípios da gaita como a conhecemos hoje: o sistema de palhetas livres, que vem a ser o aperfeiçoamento de outros instrumentos como o oeline e o aerofone.

O acordeom foi patenteado em 06 de maio de 1829, e em Londres no mês seguinte, 19 de junho, CHARLES WHEATSTONE promoveu o primeiro concerto. A partir daí o acordeom tornou-se popular e passou a ser símbolo de status.

A partir de 1863, PAOLO SOPRANI, apaixonado pelo novo instrumento; perdeu horas de sono trabalhando e desenvolvendo novos mecanismos e montagens, mudando palhetas, até chegar a um perfeito acordeom para a época, passando então à sua industrialização juntamente com seus irmãos Settimio e Pascoale.

Hoje existem três tipos básicos de acordeões, que são: o de teclados (gaita pianada), gaita-ponto (ou duas conversas, oito socos, gaita-de-botão, entre tantos nomes...), e o bandoneon (de tamanho um pouco maior do que a gaita ponto).

O instrumento consiste em duas caixas retangulares dispostas em posição vertical ligadas entre si por um fole de cartão plissado. Dentro das caixas estão as palhetas que, acionadas pela agitação de dois tipos de teclado, emitem som pela vibração da passagem do ar que é empurrado através dos movimentos do fole.

O peso do acordeom pode variar de dois a dezesseis quilogramas.

Eles chegaram ao Brasil junto com os primeiros colonizadores europeus, vindos da Itália, país onde até hoje se fabricam as marcas de gaita mais conceituadas do mundo.O acordeão possui um recorde significativo, praticamente inédito entre os instrumentos musicais: é talvez o único cujo som original até hoje não conseguiu ser fielmente reproduzido pelos modernos sintetizadores eletrônicos. Isto é: som de gaita, só com gaita mesmo!

Talvez, um pouco por terem pressentido essa valiosa característica de singularidade no acordeão, os gaúchos - tão ciosos de uma pretensa identidade singularmente própria em relação ao resto do país e do mundo - a tenham escolhido como instrumento representativo da própria música regional do Estado.

E talvez também não tenha sido por acaso que o florescimento da indústria das gaitas no Rio Grande do Sul guarde relativa coincidência com um outro período importante: aquele em que o germe do gauchismo deve ter começado a rondar as idéias dos jovens que, em 1948, fundaram o primeiro Centro de Tradições Gaúchas, o "35", que culminou no que é propagandeado por alguns notáveis, como um dos mais grandiosos movimentos de cultura popular do mundo: o Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Nosso Estado chegou a ter 30 fábricas de gaitas, algumas das quais muito famosas como Todeschini, Universal, Scala, Marinella, Mondiale, Sonelli, Supremo, Somenzi, Silla, Mascarenhas, Tupy, Danielson, Veronese. Todas elas, provavelmente, foram embaladas pela idéia de alto consumo em que a grandiosidade de um gauchismo exacerbado induzia a crer. Mas, nenhuma delas foi mais bem-sucedida do que a Todeschini que, além de ter boa parte de sua produção consumida aqui mesmo, chegou a produzir diretamente para algumas famosas marcas européias. Tanto sucesso, sem dúvida nenhuma, se baseia no aspecto da qualidade das gaitas que os gaúchos produziam. Apesar de oferecem o aspecto fundamental da qualidade, entretanto, as fábricas nativas foram parando, parando, parando... e hoje permanece a fábrica dos acordeões Minuano de Santa Rosa.

Uma pequena história da Todeschini

A Rainha do Fandango é natural da cidade de Bento Gonçalves. A sua produção começou de modo formal em 28 de abril de 1939 com o nome Todeschini e Cia. Ltda. depois de ter passado por uma fase de artesanato caseiro, pelas mãos do mesmo Luis Matheus Todeschini que fundou a empresa.

Luis teve quatro filhos, mas nenhum se interessou pela fabricação de gaitas.

Em 1947 surgiu a empresa "Acordeões Todeschini S/A".

Em 1965, dezessete anos após a fundação do MTG, a empresa já exportava seus produtos para a Argentina, Chile, Venezuela, México e Estados Unidos, entretanto começou a enfrentar uma crise muito séria nas vendas internas, pois o Brasil havia entrado na era dos instrumentos elétricos e as pesquisas mundiais na indústria eletrônica avançavam em velocidade alucinante na área da música. A estridência do som de guitarras elétricas e os teclados eletrônicos conquistavam uma geração que, disposta a mudar a própria ordem do universo, precisava de volume suficiente para que sua mensagem fosse ouvida acima de qualquer outro som. Os instrumentos acústicos entraram em baixa no gosto da grande massa de consumidores da música, qual seja: a juventude. Foi nessa época que a Todeschini, na tentativa de ganhar fôlego, voltou-se para um mercado menos sujeito às ondas, modismos e sazonalidades: o mercado de móveis. O ano era 1968.

Em 1971, a empresa estava em franco desenvolvimento, assim como toda a indústria moveleira que florescia em Bento Gonçalves.

A unidade fabril ocupava uma área própria construída de 14.000 m2 e 470 operários produziam em média, mensalmente, 700 acordeões e 3.000 unidades de móveis diversos. O fogo que, na sexta-feira do dia 13 de agosto de 1971, atingiu a Todeschini ardeu durante dois dias e destruiu completamente as instalações da fábrica.

Mas, em 15 de outubro, a empresa ressurgiu das cinzas, sob a denominação de Todeschini S.A. - Indústria e Comércio, com cerca de 250 acionistas - a maioria deles, os próprios operários da fábrica.

Em menos de três anos após aquela sinistra sexta-feira 13, as novas instalações já tinham uma área construída de 11.000 m2 e 350 operários. A fabricação de móveis havia sido drasticamente aumentada para 8.000 peças mensais, contra uma violenta redução na produção das famosas gaitas: apenas 300 instrumentos/mês.

Boa parte da produção se destinava ao mercado europeu para complementar outra marca mundialmente conceituada: Hohner.

Honeyde e Adelar Bertussi eram os únicos músicos consultores da linha de produção. Eles passavam com freqüência pela fábrica, onde experimentavam as gaitas prontas, conferiam os resultados e sugeriam eventuais modificações. Os instrumentos eram fabricados de acordo com as orientações dos irmãos Bertussi.

Para cada instrumento finalizado, eram montadas nada menos do que 3.856 peças - todas elas produzidas dentro da própria fábrica, muitas delas de mínimo tamanho, exigindo rara precisão e pessoal com alta especialização prática. (Especialização esta, frise-se, sem muitas oportunidades de transmissão, para a necessária formação de novos profissionais.) Todas as gaitas Todeschini são numeradas e contém gravada na parte interna, na madeira, a data de fabricação.

Não tardou muito para que a fabricação da gaita se tornasse uma espécie de incômodo empresarial, pois o contexto de uma nova ordem econômica, com forte tendência para a automação de tarefas, já mostrava seu brilho intenso no horizonte matutino de um país emergente.

A Todeschini conseguiu uma combinação ideal: bom preço, alta qualidade - que se traduz em durabilidade, excelente sonoridade e muita leveza. Uma Scandalli, por exemplo, pode ser considerado "um luxo" para músicos gaúchos: é um instrumento caríssimo para os padrões de remuneração dos nossos artistas e, não bastasse isso, é pesada demais para as exigências de trabalho do mercado onde a esmagadora maioria deles atua: o baile. É um instrumento que se torna desconfortável para apresentações de média e longa duração. Após vários anos depois de paralisada a linha de fabricação das gaitas, a gauchinha Todeschini, ainda é o instrumento utilizado por nove entre dez gaiteiros gaúchos.

Isto é: a tradição dos chineses das primeiras eras cultivou a sua tcheng por 1.800 anos, até que ela viajou para a Rússia e conquistou o mundo, chegando na Itália, onde se tornou tradicional há priscas eras e é muito moderna hoje em dia. Há uns dois séculos a tradição italiana trouxe a semente do acordeom para o Rio Grande do Sul. E os italianos mesmo se encarregaram de plantá-la no solo - que imaginaram fértil - da nossa música. Cuidaram da plantinha até que ela se tomou uma árvore relativamente frondosa e bastante produtiva: em 30 de junho de 1948 - quando o primeiro CTG recém tinha dois meses de fundação - a Todeschini já havia frutificado nada menos do que 6.907 acordeões.

De forma que, em 1997, o Movimento Tradicionalista Gaúcho, criado a partir da fundação do "35", chega aos seus 50 anos de existência contabilizando lucros grandiosos: o poder inquestionável de 1.500 entidades filiadas, que congregam a força de nada menos do que I milhão de simpatizantes. E perdas vergonhosas: no mesmo período de tempo a gauchada conseguiu consumir - literalmente - com a Todeschini (que já existia desde 1939) e com todas as nossas outras fábricas de gaitas - o instrumento musical que melhor representa a música tradicionalista! Isso não é apenas um paradoxo, É uma verdadeira anomalia cultural.

É isso mesmo! Já pelo meio desse meio século, um que outro pêlo-duro de importância e renome dava o exemplo: demonstrando um certo desprezo pela excelente gaita gaúcha que os italianos fabricavam aqui, alguns músicos nativos refizeram parte da história musical da humanidade ao atravessar o Atlântico para buscar acordeons italianos... fabricados na Itália. Sem o menor constrangimento, dolarizaram parte da graninha arrecadada entre os gaúchos, nas portarias dos bailes de CTG, para importar acordeons. E isso, muito antes de o esquife da última de nossas heróicas fábricas de boas gaitas ter baixado ao túmulo do repouso eterno.

Fica mais fácil de aceitar que isso tudo seja realmente o efeito de uma séria anomalia cultural enraizada na alma de arautos da música tradicionalista, quando se sabe que essas beldades estrangeiras nunca freqüentam nossos modestos galpões de costaneira esburacada, ficando reservadas para aparições "especiais". Ao contrário do que acontece com guitarras, baterias eletrônicas, luzes de boite, fumaça de gelo seco, e demais etecéteras e tais que vêm de fora e que, por esses mesmos braços, freqüentam diuturnamente os CTGs acompanhando as Todeschini. Quando não, roubando dela a cena.

Uns contam que as italianas não são pesadas só no preço. Alguns reconhecem que o som da nativa é insuperável. Tem gente que confessa que é medo de expor uma estrangeira tão valiosa a um público de nativos tão mal-comportados. O resto se queixa: "Vai ver que o nosso CTG não é bom ambiente para uma Scandalli. Eu arrisco dizer que pode ser apenas o verdadeiro ego gauchista, falando mais alto: Para pegar no serviço duro, convoque um gaúcho qualquer. Na hora de fazer bossa, contrate um forasteiro.”

Ao longo desta história surgiram mais de duzentas fabricas de acordeom no mundo. Só no Brasil já existiram várias, a seguir:

Beija Flor - Blumenau - SC
Bertolini - Cachoeira do Sul - RS
Borghetinho - Blumenau - SC
Bunji - Porto Alegre - RS
Canpanhola - Caxias do Sul - RS
Capri - Porto Alegre - RS
Caravelli - Canela - RS
Dal Santo - Soledade - RS
Danielsson - Santa Rosa - RS
Frascati - Caxias do Sul - RS
Garibaldi - Garibaldi - RS
Genior - Cachoeirinha - RS
Hering - Blumenau - SC
Hohner - Blumenau - SC
Longuini - Caxias do Sul - RS
Luiz Zoplas - Garibaldi - RS
Marinela - Erechim - RS
Mascarenhas - Caxias do Sul- RS
Mesquita - Torres - RS
Minuano - Santa Rosa - RS
Mondiali - Caxias do Sul - RS
Pampa - Camaquã - RS
Pozza - Joaçaba - SC
Rampazzo - São Paulo - SP
Sapore - Santa Rosa - RS
Sartorelli - S. J.B.Vista - SP
Scala - Bento Gonçalves - RS
Scandalli - Blumenau - SC
Scapoera - Nova Prata - RS
Slavia - Canoas - RS
Sila - Canoas - RS
Somenzi - Getulio Vargas - RS
Sonave - Porto Alegre - RS
Sonelli - Canela - RS
Soprano - Caxias do Sul - RS
Supremo - Caxias do Sul- RS
Suprema - Caxias do Sul - RS
Terser & Corsetti - Caxias do Sul - RS
Todeschini - Bento Gonçalves-RS
Triches - Soledade - RS
Trovador - Canoas - RS
Tupy - Caxias do Sul - RS
Universal - Caxias do Sul - RS
Veronese - Porto Alegre - RS
 
Fonte! Chasque publicado no sítio http://www.acordeom.com.br/;
 
Retrato - acordionsta Edu Vicente, dos PAMPEIROS, com a sua Todeschini preta, acompanhado por Alzeneide Benck.